terça-feira, agosto 14, 2007

O nosso Serviço Nacional de Saúde e a nossa Justiça no seu melhor


A Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS) decidiu suspender, por noventa dias, a chefe do serviço de ginecologia da unidade de Mirandela do Centro Hospitalar do Nordeste, por considerar que a obstetra actuou de forma negligente no trabalho de parto de uma criança, que nasceu no hospital de Mirandela, em Fevereiro de 2003, e que veio a ficar com paralisia cerebral e uma incapacidade de 95%. A mesma entidade decidiu arquivar o processo disciplinar relativo à enfermeira assistente e o Ministério Público (MP) também arquivou o inquérito relativo a este caso. Os pais do pequeno Gonçalo vão solicitar a abertura da instrução deste processo.

Um caso lamentável, onde se dificilmente se fará justiça algum dia.

Uma punição de 90 dias, para uma médica que no seu horário de trabalho, se ausentou do seu serviço sem motivo prévio e um processo disciplinar a uma enfermeira por violação dos deveres gerais de zelo e lealdade, que viu no final a serem retiradas as acusações por falta de provas.

Uma criança que pagou um preço demasiado alto pela a falta de respeito, que esses profissionais de saúde lidaram com o seu nascimento.

Um sistema de cooperativismo entre essas duas classes, onde dificilmente se faz prova de alguma coisa alguma.

O nosso Serviço Nacional de Saúde e a nossa Justiça no seu melhor.

1 comentário:

Anónimo disse...

Neste miserável país quase todos os casos de negligência médica ficam impunes. É assim nos Hospitais, Centros de Saúde... no INEM (não estou a falar de Bombeiros nem SVP, só do que tenho conhecimento de causa)...

Luz