quinta-feira, dezembro 01, 2011

Pedida instauração de processo disciplinar ao comandante dos bombeiros do Entroncamento



A direcção dos Bombeiros Voluntários do Entroncamento enviou na segunda-feira, ao Comandante Operacional do Distrito de Santarém, um pedido de instrução de processo disciplinar ao comandante do seu corpo de Bombeiros, João Pombo. No mesmo dia solicitou “uma averiguação por comissão especial da Autoridade Nacional da Protecção Civil” aos factos que levaram à passagem ao quadro de reserva de todos os voluntários da corporação bem como ao apuramento das consequências de tal situação.

Numa conferência de imprensa realizada na segunda-feira ao fim do dia, na sede da Associação, em que estiveram representados elementos da direcção, Mesa da Assembleia Geral e Conselho Fiscal, foi dado a conhecer um comunicado a ser enviado aos associados antes da Assembleia Geral Extraordinária de 5 de Dezembro, a realizar no Pavilhão Municipal, solicitada por um grupo de associados. No comunicado é referido todo o trabalho desenvolvido, nomeadamente as candidaturas já aprovadas para a reabilitação do quartel e aquisição de uma nova viatura de combate a incêndios, bem como o equilíbrio das contas numa altura em que muitas corporações vivem momentos de grande aflição devido à quebra de receitas. Os elementos da direcção fizeram questão de separar os assuntos que dizem respeito às reivindicações do corpo de bombeiros dos que dizem respeito à associação em si.

Trinta e dois bombeiros voluntários pediram a passagem ao Quadro de Reserva no final de Outubro tendo, ainda antes de terem conhecimento da decisão, abandonado o serviço. No dia 9 o comandante despachou favoravelmente 31 dos pedidos que, segundo a lei podem ser feitos por motivos pessoais, apesar de na altura já ter sido tornado público que os bombeiros queriam, com aquela atitude, a demissão do presidente da direcção da associação.

Na conferência de imprensa dos Corpos Gerentes, para além do comunicado aos associados, foi divulgado um memorando do presidente da direcção, Luís Graça, relativo ao papel decisivo do Comandante Operacional, João Pombo, no precipitar da demissão dos bombeiros. O mesmo é acusado de não ter cumprido as suas obrigações, nomeadamente a de manter os bombeiros coesos e disciplinados e de ter impedido por todos os meios um possível entendimento entre a direcção e os elementos que acabaram por solicitar a passagem ao quadro de reserva. Aquele dirigente reconheceu que por vezes não terá tido a necessária sensibilidade para lidar com assuntos que preocupavam os bombeiros mas diz que tudo poderia ser resolvido se o comandante tivesse feito a ponte entre bombeiros e direcção em vez de esconder informação para os dois lados tornando o conflito inevitável. João Pombo foi ainda acusado de, apesar de raramente estar no quartel, nunca ter delegado competências no segundo comandante ou no adjunto de comando.

Dois elementos da direcção que participaram na conferência de imprensa, João Lérias e Filipe Boavida, disseram que, independentemente da decisão que os associados venham a tomar na Assembleia em que vai ser discutida a destituição dos Corpos Gerentes, não estão disponíveis para continuar. Ambos disseram sentir-se injustiçados por estarem a dar tempo das suas vidas para uma causa comum sem qualquer retribuição e terem conseguido, em conjunto com os restantes elementos, manter a corporação numa situação equilibrada e serem alvo de ataques injustificados. Luís Boavida lamentou que “um excelente corpo de bombeiros” tenha sido conduzido à actual situação por alguns elementos que não são bons e que têm outros interesses.


Bianchi prometeu mas o regresso não se deu
João Bianchi Villar, um dos associados que pediu a convocatória da Assembleia para demissão dos Corpos Gerentes, garantiu publicamente, na reunião do executivo municipal de 21 de Novembro, que os bombeiros regressariam ao serviço logo que fosse conhecida a data da Assembleia mas tal não se verificou.

O Mirante

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