sábado, dezembro 17, 2011

Liga vai protestar contra corte no transporte de doentes


A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) admitiu hoje tomar medidas para protestar contra os cortes no transporte de doentes não urgentes em ambulâncias devido à situação financeira em que se encontram alguns corpos de bombeiros.

As medidas de protesto vão ser anunciadas, no sábado, no Conselho Nacional da LBP, o último presidido por Duarte Caldeira. "Em fim de mandato não é cordial estar a tomar decisões que condicionem a próxima direção, mas a gravidade da situação obriga a que equacionemos já algumas linhas de orientação para o elenco diretivo seguinte", disse à agência Lusa Duarte Caldeira. O presidente da LBP escusou-se a avançar quais as medidas de protesto a tomar pelos bombeiros, mas sublinhou que "não se pode continuar a aceitar o tratamento dos bombeiros como meros operadores privados, sujeitos a interesses económicos e a operarem numa área que dá lucro, porque essa não é a realidade".

O responsável frisou que um pouco por todo o país há corporações de bombeiros em situações "fragilizadas", estando a assistir-se "a um abandono completo" por parte do Ministério da Saúde, que durante anos exigiu às corporações que se modernizassem, equipassem e formassem. Segundo Duarte Caldeira, desde o início do ano que os corpos de bombeiros reduziram, em média, 30 por cento o número de serviços de transportes de doentes programados em ambulâncias, significando um decréscimo de 30 a 35 por cento das receitas. A LBP estima também que no espaço de um ano e meio tenham sido reduzidos cerca de 300 postos de trabalho no conjunto das 413 associações de bombeiros do Continente.

Na quinta-feira foi publicado em Diário da Republica a constituição do grupo de trabalho que irá analisar e propor medidas no âmbito do transporte de doentes não urgentes. Entre os intervenientes estão várias entidades do Ministério da Saúde e representantes da LBP. Os bombeiros, que têm manifestado preocupação com as alterações das regras do transporte de doentes, gostariam que até ao final do ano o grupo de trabalho entrasse em função, mas ainda não há qualquer sinal para o início dos trabalhos, lamentou Duarte Caldeira. "Vamos defender nesse grupo de trabalho que somos parceiros sociais do Ministério da Saúde e que não somos operadores privados e não nos movemos pelo lucro. Somos a instituição mais próximo das populações na garantia dos cuidados de saúde", disse, rejeitando o que está assinado no memorando da Troika, redução em 20 por cento do custo de transporte de doentes

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