segunda-feira, dezembro 10, 2007

Ordem dos Médicos proíbe apoio telefónico a enfermeiros

A Ordem dos Médicos proíbe a ajuda por telefone aos enfermeiros que se desloquem nas viaturas de suporte intermédio de vida. Nestas ambulâncias (onze em funcionamento em todo o país), os enfermeiros recebem orientação médica através das telecomunicações à distância. Agora, a Ordem dos Médicos emitiu um parecer vinculativo para que não sejam permitidos actos médicos via telefone nestes casos específicos. Uma informação explicada pelo jornalista Jorge Correia.

11 comentários:

Luz disse...

Olá Paulo, como estás?

Tenho de pensar nisto, mas assim a frio acho que me faz sentido. Fecham hospitais, não têm médicos na siv mas querem que eles dêem apoio telefónico. Ora qualquer dia também deixamos de ir a consultas, quando estivermos doentes telefonamos...

Fica bem

Luz

Luz disse...

Mas estou a lembrar-me de uma coisa... os médicos do Codu não vão deixar de atender as chamadas. Pelo menos eu não acredito...

Luz

Paulo Ferreira disse...

Talvez não saibas, os médicos que existem no CODU não atendem chamadas, podem escutar algumas chamadas recebidas pelos operadores, mas pelo volume de chamadas existente, creio que somente 1% das chamadas são acompanhadas pelos médicos. Mesmo as chamadas de passagem de dados efectuadas pelas tripulações das ambulâncias agora quem as recebe é um iluminado, que por sua vez informa o médico da situação, dá para rir.

A ordem dos Médicos tem toda a razão na situação de se fechar centros de urgência e maternidades e substituir esses meios de saúde por SIV,, e deixou claro que alem de ser contra as SIV, não permite que os iluminados apliquem actos médicos, e pelo o que sei ira a levantar processos contra os médicos que não cumprirem as recomendações da OM, como ira pedir responsabilidade aos mentores de tal ideia que violam os estatutos da OM.

Iremos ver no que isso vai dar e ver qual a atitude do INEM perante a situação.

Marco Gomes disse...

Caro Paulo Ferreira, "roubei" dois posts que achei muito pertinente.
Espero que não te importes, o "mal" já está feito...

Luz disse...

Olá Paulo,

Sim, sei que só esporadicamente os médicos falam, mas não estou de todo a ver os médicos do Codu deixarem de o fazer, mesmo que esporadicamente com as Siv. Tens razão nem eles faziam mais nada. Mas isto leva-me a outra questão:
Tendo os enf das siv protocolos predefinidos, ou seja, nesta situação administram a droga A, naquela administram a droga B etc, qual será a real necessidade de necessitarem do médico? Não tenho ideia da resposta.
Outra, se o atendimento do médico, do codu, só me refiro ao codu, for esporádico, também têm de se reger pela mesma norma (deixar de falar com os enf) ou o Inem entrará com a desculpa de "é esporádico e tal, falamos com eles tal como falamos com os tae, por exemplo". Já sabemos que o Inem é perito em desculpa...
Espero ter explicado bem qual é a minha dúvida, quando falo deste Instituto fico com os cabelos em pé, nem penso como deve de ser...

Fica bem

Luz

Anónimo disse...

Pergunto qual a necessidade de estar o erário público a pagar a um enfermeiro e médico num qualquer SAP ou mesmo urgência mais básica, para o doente ser simplesmente reencaminhado para outro hospital logo que atendido? É essa a definição de acesso a cuidados de saúde de qualidade???

Ou não será melhor ter acesso a um meio cujos tripulantes , em especial o enfermeiro, é alguém com experiência e conhecimentos na área de urgência/emergência, mais do que qualquer médico de SAP?

Outra coisa, porque vem só agora a OM fazer estas exigências ridículas? Não se iniciou já a experiência das SIV no Alentejo há bem mais tempo que no NOrte por ex. (1 de Dezembro)?

Anónimo disse...

Magistral Estratega,

Permita-me dizer que o Enfermeiro não sai da faculdade com experiência de urgência/emergência. Se tem mais experiência é adquirida, mas aí surge uma pergunta:
Quem lhe garante que um médico também não a possa ter nos mesmos moldes?

Não faço ideia porque a OM só agora veio com a exigência mas honestamente parece-me ridículo que os Enfermeiros das siv ajam por protocolo, tipo cardápio, está a ver? Porque é isso que se está a passar.

Luz

Paulo Ferreira disse...

Existem muitas soluções, e as SIV somente são mais uma, e a pior solução

Outra solução e para mim a mais indicada seria:
O aumento da rede de VMER, mas que elas estejam operacionais.
O não encerramento dos serviços de urgência, mas sim o aumento desses serviços , pela sua importância de a proximidade a população.

Dar formação e equipamento na área da emergência a todos médicos e enfermeiros que trabalham em todas unidades de saúde que tem atendimento ao público, poderiam receber os doentes urgentes primários estabiliza-los e prepara posteriormente a sua evacuação para as unidades hospitalares, como dar apoio no terreno as equipas de ambulâncias em caso de necessidade, em vez de se accionar meios a dezenas de quilómetros de distância.

Aumentar a autonomia técnica dos tripulantes de ambulância, com formação, acompanhamento médico e auditoria técnicas, não só pela quantidade de meios existentes, como a proximidade desses meios aos locais de ocorrência e posteriormente aos centros de saúde.

Apostar numa única ambulância tripulada por um TAS e um Enf. de nada serve, porque somente servira ao primeiro utente, não existe outra se existir duas situações durante o mesmo tempo, e o seu sucesso de acção ficara limitado alguns quilómetros da sua base, porque o tempo em emergência dita tudo, somente os ignorantes não sabem disso. Muitos países desenvolvidos aproveitaram o que existe, quer os recursos humanos quer os meios, melhoraram a sua formação e equipamento, e noz por cá anda-mos a criar estruturas paralelamente a outras existentes, gastando os poucos recursos financeiros do país em projecto que somente interessam a algumas pessoas sem qualquer fundamento prático.

Charlène disse...

O que está em causa não é que os enfermeiros pratiquem actos médicos,é óbvio que isso não seria correcto,cabe a cada qual a realização das suas funções.No entanto, a orientação e aconselhamento via telefone de um profissional de saúde para outro tornaria,com certeza,a actuação mais eficaz por parte das equipas. Em relação às capacidades dos enfermeiros,discordo plenamente com o comentário de que os enfermeiros são menos capazes que os médicos.Penso,aliás,que há muitos mais enfermeiros bem preparados para situações de emergência do que médicos.Sou enfermeira e enerva-me(por ser errado) que o médico continue,na cabeça das pessoas, a ser visto como o mais capaz em tudo.E mais,grande parte dos cursos de primeiros socorros e emergência são leccionados por enfermeiros,mesmo em cursos de medicina.Durante o curso de enfermagem temos aulas de SBV e primeiros socorros mas é óbvio que é com prática que se desenvolvem as competências.Não percebo porque é que não se impõem contra as linhas do tipo "dói dói trim trim" ou outras linhas em que são dados aconselhamentos via telefone às pessoas, que são leigas na área da saúde.

Anónimo disse...

Charlene,

Concordo que há Enfermeiros melhores que médicos, não tenho dúvidas, conheço alguns. Mas não podendo (poder podem mas não é suposto) praticar actos médicos faz com que não se possa dar o mesmo tipo de auxilio. Acho que a questão é mais essa.
Até sei que os Enfermeiros são completamente capazes de prestar o mesmo auxílio, mas não podendo... Entendes o que quero dizer?
Isto depois leva-nos a outras lutas, tanto me falaram delas na faculdade... como os Enfermeiros em Inglaterra, tão diferentes...

Luz

Paulo Ferreira disse...

Magistral estratega, seria mais útil a existência de um médico e um enfermeiro num centro de saúde, com urgência aberta 24 sobre 24 atender a população do que teres uma SIV.
Se tens conhecimento, a grande maioria das situações que entram nas urgências não são situações emergentes, são coisas simples, onde um médico e uns enfermeiros dão conta da situação, e em casos emergentes recorrem aos serviços de socorro, as ambulâncias de socorro e a rede VMER para evacuação para hospitais referenciados.
Com o fecho de das urgências, centenas de utentes iram ter que deslocar para os hospitais, muitos deles a dezena de quilómetros, enchendo as urgências, desses hospitais e ocupando os meios de socorro, inclusive as SIV.

Essa situação ira resultar na rotura na estrutura de socorro, e na rotura dos serviços de urgência de muitos hospitais, estruturas que actualmente com graves problemas, é uma SIV que ira resolver essa situação?
Isso é uma anedota, onde o objectivo é para enganar o povo.