segunda-feira, março 16, 2009

Um socorro demasiado lento

A primeira hora após o acidente é de vital importância para sobrevivência de um politraumatizado, quanto mais precocemente a vítima for estabilizada em unidade hospitalar, de preferência numa unidade de trauma, maiores serão as possibilidades de sobrevivência. Algumas estatísticas determinam que por cada minuto perdido a taxa desce 1%.

Assim todos os profissionais do pré-hospitalar sabem da existência da hora de ouro
(the golden hour).

Mas em Portugal anos estamos anos-luz de cumprir conceitos internacionais na área do pré-hospitalar, e o acidente ocorrido Sebolido, em Penafiel, foi um caso de um socorro demasiado lento, andamos de 8 para 80, se a alguns anos era carregar e acelerar para o hospital, actualmente perdemos demasiado tempo a fazer bonitos trabalhos desnecessários para o espectáculo mediático e de protagonismo individual.

As vítimas demoraram cerca de três horas e meia a chegar a uma unidade hospitalar, onde ainda por cima se veio constatar que essa unidade hospitalar não era a mais adequada para a situação clínica das vítimas, demorando mais umas quantas horas para que fossem transferidos para uma unidade hospitalar diferenciada e adequada à situação clínica das vítimas.

Um automóvel com dois meninos de quatro e de sete anos a bordo destravou-se e deslizou de uma altura de cerca de 18 metros para a EN 108, junto ao miradouro de Sebolido, em Penafiel.

Passavam poucos minutos das 13 horas quando o Citroen C4 se destravou e deslizou do pátio, destruindo a vedação da moradia e caindo de uma altura de cerca de 18 metros.

Quando os Bombeiros Voluntários de Entre-os-Rios chegaram ao local, as crianças estavam fora da viatura, e os pais estavam em estado de choque junto às duas crianças gravemente feridas. Os meninos ficaram politraumatizados com a queda.
O mais novo (de quatro anos) encontrava-se em coma, com uma fractura do crânio e teve de ser entubado e ventilado. Ainda segundo informações prestadas pelo INEM.

Face à gravidade dos ferimentos das duas crianças, foi enviado o helicóptero do Hospital de S. João, no Porto, para Sebolido. O aparelho transportou os meninos, acompanhados por um médico e por um enfermeiro, para a Urgência Pediátrica daquela unidade hospitalar. Chegado à Invicta pelas 16.30.horas.

O hospital de São João não tinha capacidade para tratamento das crianças, tendo sido depois transferidas para a unidade pediátrica do hospital de santa Maria em Lisboa durante a noite.

O acidente deu-se cerca das 13 horas tendo as crianças chegado ao hospital somente as 16H30, onde ainda foram transferidas para o hospital de Santa Maria em Lisboa.