terça-feira, janeiro 30, 2007

As mortes ocorridas em Odmira




As duas mortes ocorridas em Odemira no espaço de duas semanas vem lançar uma polémica da falta da assistência médica em certas zonas de Portugal.

No meu ponto de vista a alegada da falta da assistência médica como resultado das mortes ocorridas em Odemira são falsas e sem qualquer fundamento.

O centro de saúde de Odemira tem serviço de emergência e de urgência e esta aberto 24 horas, para isso tem um quadro de pessoal quer médicos, enfermeiros auxiliares e administrativos permanentemente, para poderem receber situações emergentes e não emergentes ocorridas dentro do concelho de Odemira, que são socorridas pelos os Bombeiros locais e transportadas para esse centro de saúde, a mando do Ministério da Saúde.

A nível do socorro Pré hospitalar em Odemira é da responsabilidade dos Bombeiros Voluntários de Odemira, que são accionados através da central de Emergência de Lisboa ou das chamadas efectuadas directamente para o seu quartel, em ambas situações fazem sair os seus próprios meios de socorro, com finalidade de fazerem avaliação das vítimas e efectuar os procedimentos de socorro adequados a situação e transportar a vitima a unidade de saúde de Odemira. Onde os socorristas passaram a informação recolhida no local, avaliação e os actos de socorro praticados ao médico de serviço. Em situações mais graves terão apoio da VMER do Hospital de Beja, o que muitas das vezes não acontece, porque o tempo de transporte da vítima até ao centro de saúde de Odemira é menos do que a chegada da VMER do Hospital de Beja ao local da ocorrência.

A final o que falhou?

No meu entender o problema esta dentro das quatro paredes do centro de saúde de Odemira, se esse centro tem ou não tem capacidade em receber situações emergentes ou seja doentes graves do exterior?
Se tem capacidade, devia ter estabilizado os doentes e depois dar o seguimento a transferência dos respectivos doentes para uma unidade hospitalar referenciada.
Porquê é que não o fez?
Na primeira situação existiu certamente uma negligência grave, 6 horas para se preparar uma transferência de um doente crítico é muito tempo, na segunda situação talvez não existiu capacidade de estabilizar o doente, morreu antes de ser evacuado, porque os enfartes matam, e os médicos não fazem milagres.
Outra questão é se os médicos e enfermeiros do centro de saúde tem formação na área da emergência para receber esses doentes, estatiza-los e prepara-los para evacuarem para outra unidade hospitalar, como fazem as equipas da VMERs no Pré-Hospitalar.
Se o centro de saúde não tem equipas com formação e equipamento, porque é que recebe doentes graves, sabendo que não tem capacidade para os receber?
Será que não estaremos perante de um problema Nacional grave? Onde a maioria dos Centros de Saúde, SAP, CATUS, e Hospitais existente no País com urgências abertas aos cidadãos diariamente e que recebem situações graves não tem equipamento nem formação técnica para receber doentes emergentes.

O ministro, quer criara mais VMERs e inventar outro apoio, unidade rápidas intermédias de suporte de vida, constituídas por enfermeiros e tripulantes de ambulância, para quê?
O que falhou foi a estabilização do doente no centro de saúde e o apoio do centro de saúde na evacuação do doente para outra unidade hospitalar. Seria mais económico reforçar o quadro de pessoal dos centros de saúde com serviço de urgência e lhe dar formação a condizer com a sua função, para poderem estabilizar os doentes que recebem nos seus centros de saúde

Neste momento é difícil de arranjar médicos e enfermeiros para as unidades hospitalar fora dos grandes centros urbanos, dificilmente ira arranjar médicos e enfermeiros para aquilo que quer criar, e se já é difícil manter o que já existe, basta ver as centenas de horas por mês que as VMERs estão inoperacionais por falta de tripulação e de equipamento a nível nacional, principalmente a que existe em Beja.

Mais uma vez estamos a tentar remediar o sistema em vez de resolver o problema pela raiz.

1 comentário:

Anónimo disse...

Muito bem visto, é pena que o SNS não vê o que realmente se passou lá