A médica anestesista Manuela Veringer e a enfermeira Madelena Serra, ambas do hospital Egas Moniz, foram hoje condenadas a uma pena de multa por homicídio negligente de um jovem. A vítima morreu asfixiada após uma cirurgia, em 2002.
A juíza dos Juízos Criminais de Lisboa decidiu hoje condenar as duas arguidas a penas de multa. A pena vai dos 240 dias a 22 euros por dia (num total de 5.280 euros) para a médica anestesista, e 220 dias a oito euros por dia (1.760 euros) para a enfermeira, que, no âmbito deste processo, foi reformada compulsivamente. Carlos Mascarenhas morreu no dia que foi operado, a 28 de Agosto de 2002 no Hospital Egas Moniz, em Lisboa. A vítima tinha 30 anos e foi operada a um quisto do canal tiroglosso fistulizado.
Depois de ter feito o recobro da cirurgia e já na enfermaria, o jovem começou a queixar-se às enfermeiras e à família de que não conseguia respirar, acabando por morrer sufocado com um edema de glote.
Esta situação levou a uma investigação da Inspecção-Geral de Saúde em 2002, tendo este organismo apurado "a existência de procedimentos incorrectos merecedores de censura que motivaram a actuação disciplinar" contra a médica e duas enfermeiras.
Nas duas horas que precederam a sua morte, o doente manifestou queixas que, todavia, "não foram objecto de uma leitura correcta por parte do pessoal encarregado da sua vigilância e assistência", referiu na altura o Ministério da Saúde.
Porém, a enfermeira espanhola Mercedes Romero não foi julgada por se desconhecer o seu paradeiro. Hoje, na sentença, a juíza considerou que "as atitudes das duas arguidas foram causadoras da morte" do jovem, tendo sido cometido o crime de homicídio negligente, mas "de forma inconsciente".
A magistrada considerou também que a atitude da médica anestesista, pelo facto de ser clínica, "teve uma intensidade mais expressiva". A pena de multa para as arguidas foi justificada com a idade e com a falta de antecedentes criminais. Admitindo que a decisão não agradasse à família do jovem, a juíza lembrou que "os tribunais fazem justiça e não retaliações".
No final, a irmã de Carlos Mascarenhas mostrou-se inconformada com a decisão, alegando que "a vida de um jovem não vale somente uma multa". "A família sempre quis que as duas arguidas ficassem inibidas de exercer as suas profissões e nem isso aconteceu", lamentou Carla Maria Mascarenhas, acrescentando que tinha esperanças que "pelo menos isso acontecesse". Quanto a um eventual recurso, a irmã de Carlos Mascarenhas disse que admite recorrer mas ainda tem que falar com os pais e saber "se eles têm forças para continuar com o processo", disse.
Lusa
Uma situação que somente mostra como anda o nosso serviço nacional de saúde e a nossa justiça.
Uma médica e uma enfermeira, que somente mostraram as deficiências na sua formação base, como profissionais e como cidadãos, desrespeitando completamente a vida de um cidadão, que em agonia recorreu a todas as formas de alertar esse “profissionais” da gravidade da sua situação, onde completamente ignorado acabou por morrer de uma morte angustiada e prematura.
A médica foi condenada a pagar 5.280 euros e a enfermeira 1760 euros.
Onde anda a Ordem dos Médicos e dos Enfermeiros?
Que atitude tiveram com esse dois incompetentes?
Mas eles andam ai a exercer as suas funções, eles e outros, que somente por pertencerem a essas classes são impunes aos olhos da lei.
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