segunda-feira, janeiro 14, 2008

Liga quer que Ministério da Saúde defina papel dos bombeiros no socorro pré-hospitalar

A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) considera que o Ministério da Saúde tem desvalorizado o papel dos bombeiros na prestação de cuidados de saúde e desafiou hoje a tutela a definir qual vai ser o papel destes profissionais no socorro pré-hospitalar
O presidente da LBP disse, no final de uma audiência com a secretária de Estado Adjunta da Saúde, Cármen Pignatelli, que passou a deter a tutela do INEM, que no actual contexto de reestruturação do sector da saúde, é «indispensável» perceber aquilo que para o Ministério da Saúde é o papel do «parceiro bombeiro» em matéria de socorro pré-hospitalar
Das duas uma, ou o Ministério da Saúde quer criar uma rede de ambulâncias própria e entregá-la ao INEM, prescindindo dos bombeiros, ou ao querer continuar a ter os bombeiros como parceiro, terá de os tratar como tal e ter em consideração as suas opiniões e ter em consideração as suas expectativas e ter em consideração os seus recursos, os seus meios e as suas qualificações», defendeu Duarte Caldeira
papel dos bombeiros no socorro pré-hospitalar ganhou maior relevância com o encerramento de maternidades e serviços de urgência e com o consequente aumento do número de pedidos de transporte e distâncias percorridas
A Liga de Bombeiros entende que os bombeiros têm sido desvalorizados e, nas palavras de Duarte Caldeira, trata-se de "uma situação que os bombeiros não estão dispostos a continuar a aceitar.
«Não aceitamos que seja desvalorizado o papel que - e não fazemos aqui qualquer evocação do património histórico porque esse é evidente - é hoje a intervenção qualificada dos bombeiros no pré-hospitalar (porque) os bombeiros dispõem de tripulantes (de ambulância) tão qualificados como o Instituto Nacional de Emergência Médica, os bombeiros tem uma distribuição geográfica nacional que o INEM não tem e portanto achamos que chegou o momento de o Ministério da Saúde, de uma forma clara, dizer se conta ou não conta com os bombeiros para a rede nacional de ambulâncias de que o país precisa», rematou.
O presidente da LBP admitiu que saiu da reunião satisfeito com a receptividade de Cármen Pignatelli às posições dos bombeiros, tendo ficado acordado que durante a próxima semana a LBP irá entregar à secretária de Estado um memorando com os pontos que os bombeiros consideram essenciais «para que de uma forma muito rápida» sejam alcançadas conclusões que depois possam orientar uma intervenção futura.


Lusa / SOL

PS...Enquanto existirem corpos de Bombeiros que efectuam serviço na área do Pré-Hospitalar sem cumprirem o regulamento de transportes, a LBP não se pode exigir nada nem lutar por nada, os Bombeiros actualmente deviam somente efectuar os serviços para qual tem capacidade de os efectuar cumprindo a lei , é uma questão de principio , as consequências é um problema do SNS e do INEM.

11 comentários:

Luz disse...

Vou ser radical como de costume.
Podia ser que isto desse uma grande volta se houvesse forma de dizer: Instituto Nacional de Emergência Médica, se querem ser independentes (porque é isso que eles querem) então comportem-se como tal e façam face a todas as emergências. (digo se houvesse forma porque não conheço as reais possibilidades, quem é bombeiro conhecerá com toda a certeza)
Tendo em conta que a área abrangida pelo INEM (codu) resume-se a Lisboa, Porto, Coimbra e Faro, mais umas quantas SIV por aí espalhadas, havia de ser o bom e o bonito.
Eles querem ser independentes, ter o monopólio, mas a realidade é que não têm meios para fazer face a todas as emergências.
Depois o Sr Presidente que fosse à Assembleia explicar o que se está a passar. Embora deva admitir que parte da porcaria é feita pelas pessoas que lá estão da confiança dele, tipo Dra. (?) Isabel Santos e companhia Lda.

O que e triste no meio desta "guerra" é acontecer o Inem não ter ambulâncias disponíveis e não mandar bombeiros porque não quer dividir os serviços. Para o Inem o cidadão em PCR não é importante. O importante é o monopólio!

Fica bem
Luz

P.S.- Deixei lá uma pergunta...

Anónimo disse...

o futuro dos bombeiros no pre-hospitalar é a extinção... bombeirosn para os fogos somente

Paulo Ferreira disse...

Será?
As últimas noticias não são nada abonatórias para os Bombeiros é verdade, mas analisando nem foi para o INEM.
Se ninguém quer pagar o devido valor para que o Pré-Hospitalar exista nos Bombeiros, certamente acaba, porque tudo tem custos, e os bombeiros não são a santa casa da misericórdia do SNS, e os Bombeiros tem outras áreas interessantes, como os incêndios e resgate de vitimas, e mas depois quero ver o que for montado servira para dar resposta as necessidade da população e do próprio serviço nacional de saúde, porque uma ambulância por concelho servira somente o primeiro necessitado, e veremos se não será um abusador a usar esse meio, iremos ver a criação de uma nova lista de espera como o SNS nos habituou nos ultimo anos, espera de disponibilidade de ambulância para socorrer.

No meu caso, não tenho nada a perder fico mais tempo de laser com a minha família, até porque 90% dos serviços na área do Pré Hospitalar nem necessitavam de ir de ambulância, mas ninguém quer dizer não e assumir as consequências, nem o próprio INEM, assim vai ser muito giro de ver…

Luz disse...

Vai ser giro vai!...
Vai ser o caos!

Anónimo disse...

e agora o k é k eu faço??? BV de Favaios... Aqui esta um belo exemplo daquilo que se passa nos corpos de bombeiros principalmente no interior do pais. pessoal sem formação, voluntario, cadetes a fazer serviços. assuma-se que de uma vez por todas a emergencia pre-hospitalar evoluio muito nos ultimos anos e os bombeiros na sua generalidade nao conseguiram acompanhar esse esforço... vale nais nao prestar um serviço de ma qualidade, do que ter quarteis abertos com gente que embora seja voluntaria e esteja disposta ajudar nao tem a minima competencia... Bombeiros para os fogos somente

Paulo Ferreira disse...

Sim é uma situação lamentável, esses bombeiros nem servem para apagar fogos, como podem apagar fogo?
Os quartéis estão vazios, e pelos vistos não é somente Favaios e Alijó, existem mais escondidos, que deviam ser simplesmente encerrados.

Mas depois de encerrados qual a alternativa?
O erro deles foi somente tentarem aceitar o serviço mesmo sem condições de o fazer em tempo útil e legalmente, o que deviam fazer era simplesmente dizer que não tenho capacidade de resposta e não aceitar, coisa que eu defendo a muito tempo.

Já agora qual foi a resposta do INEM?
Uma VMER que demorou mais de uma hora a chagar ao local.
Onde andam os meios do INEM?
O INEM não cobre a 100% o território nacional?
Qual foi a alternativa?

Já agora ainda não percebi o que foi aquilo do operador perguntar ao médico do CODU se queria:

Operadora: – Doutora, a VMER demora três quartos de hora, mas também não tem coiso aberto...

Médica (M): [imperceptível]

Operadora: – Mas que quer que ponha? VMER não disponível?

M: [imperceptível]

Umm, ai tem coisa, e coisa muito feia…..

Já agora sabes qual é a solução do presidente do INEM?
Colocar uma ambulância de socorro, uma ambulância para 15000 utentes, e uma VMER nunca, para aquela zona, nunca….

Emergência a portuguesa

Anónimo disse...

Gostei de descobrir este blogue.
Agradeço a sua visita e o seu comentário.

Anónimo disse...

Ora bem, continua-se no mal-dizer sem pensar.

Onde está o erro do Presidente do INEM ao dizer que "uma VMER para 15000 utentes nunca"????

Para termos uma VMER para 15000 utentes, seriam necessárias mais de 600 VMER's para o território nacional.

É só a mim e ao Presidente do INEM que isto parece utópico? Não creio... Sugiro que nos deixemos da crítica fácil e demagógica!

Paulo Ferreira disse...

Desculpa, então o presidente do INEM não anda a dizer que tem todo o território coberto por uma rede de VMERs e de ambulâncias do seu instituto?

Esses 15 mil cidadãos não tem o mesmo direito que os outros?

Eles pagam os mesmos impostos, são iguais aos outros em deveres e direitos, pelos visto para o INEM somente em deveres, porque onde eles moram não existe nada pago para os socorrer, quer do INEM, SNS e SNBPC.

O problema é que somente existem VMERs onde existem hospitais com urgências, como as urgências fecharam não existe VMERs, porque, as tripulações das VMERs não têm qualquer vinco legal com o INEM, somente com os Hospitais, outra coisa interessante.

Anónimo disse...

Mas existe VMER naquela zona. A VMER foi assistir aquela população.

Nunca terão é VMER sediada lá, como é perfeitamente compreensível.

E não basta ter urgência para ter VMER...

Às vezes duvido seriamente dos seus conhecimentos da realidade pré-hospitalar portuguesa e da rede de urgências, pois há certas urgências que apenas são um serviço de atendimento permanente, isto é, têm um médico em permanência, porque a maioria não tem formação em emergência médica.

Paulo Ferreira disse...

Somente tenho conhecimento de uma VMER que não esta ligada a um serviço de urgência hospitalar, a do INEM de Lisboa, as outras existentes penso que estam tudas ligadas a hospitais com urgência abertas.

Pois são essas urgências que são importantes de aproveitar pela a proximidade da população necessitada, se esses médicos não têm formação, que lhe seja dada, é assim tão difícil?
Penso que não, existe é a necessidade de se manter um monopólio bastante rentável para alguns médicos, porque, quer a nível de investimento em equipamento, quer em formação os valores são irrisórios para o SNS.

Pois existe uma VMER, somente o tempo que demora a chegar a àquela zona, faz que o socorro seja inviável tecnicamente, como foi, demorou cerca de duas horas….