domingo, setembro 16, 2007

Uma breve opinião sobre o caso de Torres Novas

Um homem de 69 anos e o filho de 41 morreram de paragem cardio respiratória no passado mês de Maio, na Lamarosa. O socorro terá chegado tarde demais devido a um encadeamento de erros do INEM e dos Bombeiros Voluntários de Torres Novas. É a conclusão de um relatório da Inspecção-geral das Actividades de Saúde
O relatório da inspecção-geral das actividades da saúde aponta culpas a serviço de emergência médica e aos Bombeiros nesse caso.
Comunicado o I.G.A.S


Em relação a triagem efectuada pelo operador da central do CODU-INEM, cometeu dois erros consecutivos, não conseguiu recolher a informação que podia definir era uma situação de transporte urgente primário ou transporte urgente secundário e considerou que era secundário, onde em caso de dúvida devia ser sempre considerado uma situação de transporte primário, depois errou novamente, em vez de dar o número de telefone dos Bombeiros de Torres Novas, deu o número dos Bombeiros de Coruche, onde existe também uma localidade com o mesmo nome da origem da chamada de socorro.

Em relação aos Bombeiros, a tripulação da primeira ambulância cometeram o erro de não ter informado imediatamente o CODU quando depararam como uma situação PCR, mas a segunda ambulância informou da situação ao CODU, mas teve como resposta iniciar o transporte das vítimas em suporte básico de vida até a unidade hospitalar, sem acompanhamento médico, porque a VMER estava indisponível, situação que é omissa no comunicado a imprensa do IGAS, que lança duvidas na eficácia das redes de VMERs existentes no país, como são usadas e mantidas quer pelos CODU-INEM quer pelos Hospitais,
Outra situação que não esta clarificada, se os Bombeiros cumpriram o regulamento de transporte de doentes, se foram accionadas ambulâncias de socorro como é informado pelo comandante dos Bombeiros, mesmo sejam ambulância dos Bombeiros, legalmente tem que existir um TAT e um TAS, nunca sendo o TAS o condutor do veículo, o incumprimento dessa norma é uma clara violação a lei e punida criminalmente a identidade de socorro pelo incumprimento do diploma que regulamenta o transporte de doentes.

Em relação ao INEM, tem que definir o que entende por transporte urgente secundário, e quem tem a responsabilidade legal de suportar os custos desse transporte e do efectuar, porque a norma de mandar ligar o cidadão numa situação de transporte urgente secundário para os Bombeiros ou para a CVP é ilegal perante a lei nacional, que necessita de ser clarificada, porque essa situação não leva em conta:

· Se a identidade local prestadora de socorro tem capacidade de fazer esse serviço em tempo útil para a situação clínica do doente?
· Se a pessoa que necessita de ser transportada a uma urgência hospitalar, tem capacidade monetária de suportar a despesa do transporte?
· Que esse serviço não põe em causa o socorro na zona?
· Que tipo de meios que devem ser utilizado para efectuar esse tipo de serviço?
· Qual a unidade de saúde deve ser transportado o doente, Hospital, CATUS, SAP ou centro de saúde local?

São questões que devem ser pensadas antes de tomar decisões em casos de transporte urgentes secundários.
Assim no caso de Torres Novas é mais um problema estrutural do SIEM, onde a indefinição de normas e de procedimentos nas diversas fazes do sistema, levam que os meios humanos cometam erros básicos, fazem que casos idênticos a Torres Novas acontecem frequentemente a nível nacional, onde a grande maioria nunca chega a ser investigada nem denunciada as identidades oficiais.

1 comentário:

Anónimo disse...

Neste assunto sou muito radical. Culpa? CODU!!!!!!
Se há em quem não confio é neles. Porquê? Obviamente há por lá bons profissionais, obviamente nem todos podem ser maus, mas a maioria são desprovidos de valores, e eu sei do que estou a falar...
Por lá ouvem-se coisas deploraveis desde "está palido, suado e com dor no peito? paciência, todos morremos um dia!" é gozo puro e simples para com quem liga 112. Há excepções, pois há. Dúvidas de que isto por lá existe? É só ouvir as chamadas e todas as possiveis dúvidas dissipam-se.
E quem ficou uns dias em casa por causa deste caso já lá está outra vez prontinha para voltar a cometer o mesmo erro.

Luz